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Investimento em imobiliário comercial atinge os €885 milhões no 1º semestre em Portugal

Por a 16 de Agosto de 2016 as 21:02
Os imóveis destinados ao retalho foram os mais transacionados no primeiro semestre do ano, concentrando 45% do total do volume de investimento em imobiliário para fins comerciais.

Entre janeiro e junho de 2016, foram investidos 885 milhões de euros na aquisição de imóveis para uso comercial em Portugal. O volume de investimento foi aplicado em 21 transações, as quais envolveram imobiliário de retalho, de escritórios, de logística/industrial e hotéis, segundo o mais recente Market Pulse da consultora JLL.

Os imóveis para uso de retalho foram os mais transacionados no primeiro semestre, concentrando 45% do total investido, seguidos dos ativos de escritórios, responsáveis por 39% do volume de investimento registado no período. A classe “Outros Usos”, no qual a hotelaria é dominante, teve um peso de 11%, sendo que o setor industrial concentrou apenas 4% do volume transacionado no semestre.

O relatório dá conta que mais de 95% do volume investido é de origem internacional.

No mercado de retalho, a evolução positiva deve-se sobretudo ao dinamismo do comércio de rua, quer em Lisboa quer no Porto. “Este segmento tem beneficiado do ‘boom’ do turismo, particularmente nas zonas históricas, mas também das mudanças de hábitos de consumo, que estão a marcar um regresso das vivências de bairro e da revitalização do comércio de conveniência em zonas residenciais”, explica em comunicado a consultora.

Em Lisboa, o Chiado é atualmente a principal referência, com uma renda prime de referência de 120 euros por metro quadrado (m2) por mês – uma subida homóloga de 9% no segundo trimestre deste ano – e uma ocupação quase plena nos principais eixos. Já na Avenida da Liberdade, regista-se uma atividade mais ligada ao segmento de luxo e uma renda mensal de 90 euros por m2, que se manteve estável em termos homólogos no segundo trimestre do ano. Nesta zona a disponibilidade de espaços está menos limitada, devido ao surgimento de novos projetos de reabilitação. Na Baixa lisboeta, a disponibilidade de espaços é também reduzida, sendo esta a zona que mais beneficiou com o turismo e onde as rendas mais têm subido. Neste caso, a renda prime, em torno do 90 euros mensais por m2 subiu 29% em termos homólogos entre abril e junho.

Por sua vez, no Porto, o principal eixo da Baixa – a rua de Santa Catarina – tem também estado no radar dos retalhistas devido ao turismo, com uma subida homóloga de 25% nas rendas para os 50 euros mensais por m2. As zonas dos Clérigos e dos Aliados também estão bastante dinâmicas, esperando-se novos projetos e lojas ainda este ano.

A JLL sublinha ainda que os centros comerciais prime também beneficiaram do turismo, ainda que o ritmo de novas aberturas se mantenha muito reduzido, com apenas dois projetos inaugurados no semestre, nomeadamente o Nova Arcada em Braga, com 68 000 m2, e o Rio Retail Park, em Monção, com 10 500 m2. As rendas dos centros comerciais situam-se em 100 euros mensais por m2, evidenciando uma variação homóloga positiva de 5% no trimestre, e os retail parks, com uma renda de dez euros mensais por metros quadrado, mantêm-se inalterados.

Nos primeiros seis meses do ano, as empresas arrendaram mais 57% de área de escritórios do que no mesmo período de 2015. No total, foram ocupados 79 506 m2 de escritórios em Lisboa na primeira metade do ano, dos quais 46 120 m2 no segundo trimestre.

De acordo com Pedro Lancastre, diretor geral da JLL Portugal, “o investimento em imobiliário comercial mantém-se bastante elevado, voltando a superar, em apenas um semestre, o total anual registado entre 2008 e 2014. As perspetivas são para que, no restante do ano, os volumes transacionados continuem em níveis bastante elevados, apesar de uma conjuntura europeia mais marcada pela incerteza. No caso do Brexit, que já afetou o mercado de investimento do Reino Unido, não se verifica até agora impacto em Portugal e, mesmo a médio-prazo, qualquer reflexo deverá ser pouco expressivo. Por isso, acreditamos que os investidores vão continuar a considerar o nosso mercado nas suas estratégias, aproveitando muitas das boas oportunidades existentes com boas rentabilidades, voltando a colocar 2016 como ano recorde de investimento imobiliário”.

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