O caso do Continente nas redes sociais, por Camila Fonseca (comScore Portugal)

Por Camilla Fonseca, Sales Director da comScore Portugal 

A internet hoje faz parte do quotidiano de toda a população, seja via desktop ou ainda mais via dispositivos móveis. Realizam-se neste ambiente as tarefas mais simples do dia a dia, como procurar informações de sites corporativos, serviços. Entre as maiores atividades, destaca-se o setor retalhista. A categoria retalho já tem um alcance de 61,1% na população digital portuguesa, segundo o último ranking de audiência em desktops da comScore (MMX, Portugal, abril 2016).

No grupo Sonae, a marca retalhista com maior destaque é o Continente. A empresa já é um dos maiores anunciantes do País e dá um bom exemplo nas redes sociais. No ano de 2016 já atingiu altos patamares, como no mês de maio, quando ultrapassou a marca de 85.000 ações no Facebook. O total de ações considera likes, comentários e partilhas, de acordo com a ferramenta Shareablee, para análises competitivas em redes sociais.

Fonte: Facebook

Mas quem é este fã? O Shareablee também confirma que, no mês de maio de 2016, o total de mulheres representava 83,12% de todos os fãs da página. Além da presença, são elas as que mais interagem com a página, um total de 80% de ações realizadas. O conteúdo é bastante diversificado: há promoções, homenagens em datas comemorativas, receitas, entre outros. Os fãs estão relacionados a alguns interesses, como música (32%), programas de televisão (13%), comida (12%) e celebridades (10%).

O ano de 2016 pode ser considerado um ano bem positivo para a marca. Só neste ano a marca elevou seu total de fãs em mais de 31.000, que estão a interagir mais a cada mês. A média do número de likes por publicações já quadruplicou desde fevereiro, além do total de comentários realizados, que chegou ao total de 2.891 no mês de maio, um recorde para o ano até o momento.

O Facebook acaba por somar a maioria de fãs, mas no Instagram a marca também está presente e conta de janeiro a maio deste ano com um total de 39.320 seguidores, totalizando 26.354 ações, entre likes e comentários. A rede não cativa o público da mesma forma que o Facebook, já que a publicação com mais ações aconteceu no ano novo, mas ainda assim, o Continente está a ganhar volume no Instagram.

Fonte: Instagram

Na mesma rede, o total de seguidores de janeiro a abril cresceu em mais de 10 mil seguidores e o total de likes volta a recuperar do patamar que atingiu em janeiro deste ano, atingindo 5.667 ações já em maio.
Se o Facebook já atingiu grandes patamares, o Youtube ainda acrescenta números a estes louros. De janeiro a maio já tiveram 1.275.301 ações, entre visualizações e comentários aos vídeos que, na sua maioria, têm duração de 30 a 59 segundos. A última publicação da marca na rede bateu recorde de visualizações no ano, alcançando 326.323 visualizações, com o filme “Fome de Vencer” para o Euro 2016.

Fonte: Youtube

A publicação também é a que mais recebeu likes e comentários neste ano. O total de subscritores também é crescente e chega a números ainda não atingidos neste ano.

Este é de facto um caso de sucesso para Portugal e pode servir de inspiração para muitas outras marcas que queiram apostar no ambiente digital. A internet é o ambiente mais favorável para a medição do ROI (Retorno do Investimento). É através da interação com o público e da simpatia criada pela convivência diária com seus fãs que as marcas podem gerar vendas inesperadas. Esta aposta está diretamente ligada ao desenvolvimento de uma equipa dedicada às redes e comunicação digital. Não basta estar presente.

Camilla Fonseca, Sales Director comScore Portugal

Deve-se criar, interagir, acompanhar fenómenos e grandes acontecimentos no ambiente digital e casar todas estas ações a publicações criativas, no local e hora certas e na quantidade certa, já que publicações em excesso podem causar uma má percepção e a perda de seguidores.

Cada marca sabe bem sobre seus produtos e levar cada uma dessas características ao ambiente digital faz com que os usuários levem consigo sempre a lembrança (positiva) da marca e, por consequência, podem tomar decisões rápidas ao ter de escolher uma marca no momento de ir à loja e optar por um produto. O ideal é não escolher o concorrente.

Nota: Dados obtidos a 21 de Junho de 2016, às 22:00