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O eCommerce e a Teoria da (R)Evolução

Por a 9 de Agosto de 2016 as 11:08

Uma análise do ComparaJá.pt

Num mercado que movimenta cerca de 3 mil milhões de euros por ano, a plataforma de comparação de produtos financeiros ComparaJá.pt fez uma análise da evolução e atual situação do ecommerce em Portugal, tendo em conta a abrangência a todas as áreas de negócio. Mas será que todos os setores estão cientes desta disrupção? Por cá, já representa mais de 2% do PIB.

Em 1859, o britânico Charles Darwin contrapôs-se à versão cristã da criação do mundo estabelecida ao publicar o célebre “Sobre a origem das espécies através da seleção natural”, tornando-se num dos cientistas mais conceituados de todos os tempos, assim como um dos mais questionados da época.

O que Darwin descobriu – a partir das suas observações nas Ilhas Galápagos – foi que todas as espécies semelhantes entre si se desenvolvem a partir de uma origem comum, implementando pela primeira vez o termo “seleção natural”. O conceito explica como as espécies se modificam para se adaptarem ao meio ambiente, onde apenas os mais fortes sobrevivem.

Fazendo o paralelismo com a evolução do ecommerce em Portugal, facilmente se encontram semelhanças intemporais. Se as empresas, com a crescente tendência no comércio eletrónico, não se adaptarem ao mercado e continuarem apenas a vender do modo tradicional, não vão sobreviver. É mesmo a lei do mais forte.

eCommerce em crescimento acelerado na Europa e em Portugal

Segundo a plataforma PT Commerce, as vendas efetuadas em plataformas de ecommerce orientadas para o consumidor final (B2C) cresceram praticamente 15% em 2014 no mercado europeu e 10% em Portugal.

Quanto ao volume de vendas, a Europa atingiu os 420 mil milhões de euros, estando dividido por serviços (49%) e produtos (51%). Cá, o volume de vendas foi de cerca de 2.9 mil milhões de euros distribuído por 3.2 milhões de pessoas, o que representa um pouco mais de 900 euros por consumidor online. Segundo os dados da Associação da Economia Digital (ACEPI), este setor já representa mais de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) português.É, então, natural e aconselhável que retalhistas e empresas apostem nesta alternativa para melhorar resultados de faturação, principalmente depois de a ACEPI ter divulgado que em 2014 se verificou um aumento de 80% do número de pessoas que faz compras online.

De facto, se do lado do consumidor a vantagem está no conforto e na possibilidade de comprar produtos em qualquer parte do planeta, no caso das empresas os benefícios estão no potencial do mercado português e no facto de não ser preciso investir em estruturas físicas, como lojas ou armazéns.

Qual o futuro do eCommerce?  

Não há dúvidas de que o comércio eletrónico é uma aposta segura para o futuro. Aliás, qualquer que seja a área de negócio, as empresas já não podem dar-se ao luxo de estar “offline”, tendo em conta o crescimento da internet dos últimos anos e o aumento do volume de vendas dos produtos tecnológicos (o setor onde há mais vendas online), tanto através da internet como em lojas físicas.

Segundo o Barómetro de Telecomunicações da Marktest, em maio de 2015, 5.38 milhões de portugueses tinham smartphones, o correspondente a 59,4% de utilizadores com mais de 10 anos de idade. No que toca aos tablets, no ano passado a International Data Corporation (IDC) tinha registado 16,6 milhões de unidades vendidas.

Existem muitos fatores a ter em consideração quando se fala em tendências de ecommerce. O tipo de consumidor e respetivo comportamento, enquadrado no mercado do qual é constituinte, são os principais.

No entanto, esta é uma área que está constantemente em atualização, sendo complicado prever tendências e resultados. Por exemplo, é muito provável que este ano as lojas relacionem mais regularmente o offline e o online, numa estratégia de vendas direcionada para o consumidor final.

Uma das razões é que, se é verdade que há tendências globais que dificilmente vão sair de cena nos próximos tempos, como a interação entre marcas e consumidores através das redes sociais, existem outras que, logicamente, não têm resultados imediatos em todos os mercados, tendo em conta as especificidades que demonstram. Um exemplo:

As aplicações dos sites de ecommerce: nos Estados Unidos da América, os consumidores realizam a maioria das compras através de ‘apps’, enquanto em Portugal os sites nos smartphones são o meio preferencial.

Para além dos sites mobile, que este ano deverão aumentar a taxa de conversão em 50%, existem outras tendências cada vez mais utilizadas pelos comerciantes que começam a ganhar terreno, como a omnicalidade.

No entanto, o conceito de omnicanal é para as empresas um enorme desafio, uma vez que pressupõe que a experiência do consumidor seja a melhor possível, seja qual for a plataforma que utilizar (online, mobile, loja). Como tal, é importante que existam estratégias que uniformizem a comunicação entre todos estes meios e, paralelamente, potenciar as especificidades de cada um.

ComparaJá.pt - Plataformas de e-commerce

Redes sociais com papel cada vez mais ativo 

Publicar (apenas) conteúdos já não é suficiente. O e-commerce obrigou as redes sociais a assumirem um papel cada vez com mais impacto nas redes sociais. Exemplos disso são o Facebook, Twitter e Pinterest terem criado botões para as marcas incluírem nos perfis a opção de compra direta. Nesse sentido, a rede de Mark Zuckerbeg já tinha anunciado que neste ano as marcas iriam começar a aproveitar o Messenger para interagir de forma personalizada com os consumidores.

O ecommerce está em constante transformação, por isso, o mais importante é existir uma atualização constante e personalizada ao máximo de acordo com a experiência de cada potencial cliente. Assim, não será benéfico para micro e pequenas empresas apostarem no comércio eletrónico?
 
O ecommerce não é só para ‘big players’… 

No comércio tradicional, as micro e pequenas empresas têm, em média, uma taxa de sobrevivência de 76% nos dois primeiros anos de vida, enquanto no online são um terço as que não resistem durante o mesmo período. Existe uma razão para isso acontecer: uma vez online, uma loja exponencia o número de competidores a nível global.

Segundo a ACEPI, em 2020 serão mais de 50% os portugueses a comprar online, o que ilustra bem que é o comportamento dos consumidores que influencia a mudança do paradigma do mercado. Por exemplo, os portugueses veem cada vez mais publicidade online, pesquisam, comparam e compram os produtos que pretendem, tudo online. É aqui que reside a “beleza” do ecommerce: qualquer empresa, até as mais pequenas, pode colocar-se à prova, com algum investimento.

Para as micro e pequenas empresas, investir num bom website e em stocks é fundamental para ultrapassarem a fase de saber se conseguem sobreviver ou não.

Depois, há custos de “acompanhamento” para problemas informáticos, avenças com empresas, instalação de API (Application Program Interface) com outros sites (basicamente ligações entre sites) que, dependendo do tipo de ligação a ser feita, custam mais ou menos à empresa.

A título de exemplo, uma empresa que invista, em média, 300 euros por mês, à partida tem coberto estes custos. Mas ainda falta o resto, como despesas com contabilista, salários, telefone, impostos, entre outros. O importante a saber é que, tal como tudo, quanto maior for o investimento, mais hipóteses há de fazer o ‘breakeven’ mais cedo.

Resumidamente, a necessidade de alta tecnologia e ‘machine learning’ no mercado está a pressionar a evolução no setor, sendo os próximos tempos cruciais para determinar o futuro e a sobrevivência das micro e pequenas empresas em Portugal.

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