Especialistas defendem uso de semáforos em rótulos para reduzir consumo de sal em Portugal

Realizou-se no passado dia 27 de novembro o Fórum do Sal, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), que reuniu especialistas ligados à área da saúde. O evento culminou em uma lista de medidas de combate ao consumo excessivo de sal em Portugal.

Um grupo de especialistas nacionais e internacionais esteve reunido no dia 26 de novembro, à porta fechada, para encontrar soluções de combate ao excesso de sal na alimentação dos portugueses.

No dia seguinte à reunião de peritos deu-se o Fórum do Sal, na Assembleia da República, no qual se ficaram a conhecer as medidas propostas. Estas serão posteriormente enviadas para entidades e instituições com um papel decisor na área da saúde, como a Direção-Geral de Saúde e o Ministério da Saúde.

O Fórum permitiu fazer uma reflexão sobre o que foi feito, o que foi alcançado e o que precisa ser feito nos próximos cinco anos. Um dos principais objetivos é a redução do consumo médio de sal na população portuguesa abaixo de dez gramas por dia até 2020. Pretende-se também alcançar uma diminuição dos gastos na saúde, relacionados com a doença cardiovascular, como consequência da redução do consumo de sal.

Lembrando que a quantidade de sal a ingerir “por dia deve corresponder a uma colher de chá”, as medidas propostas assentam na necessidade de “promover uma nova redução do teor de sal no pão, de forma a atingir os níveis registados noutros países, assim como a reformulação gradual do conteúdo de sal nos alimentos processados”. Além disso, os especialistas defendem que “é preciso promover uma redução progressiva do teor de sal nas refeições servidas na restauração”.

Referem ainda o uso do semáforo na rotulagem – “a adoção, por parte dos produtores e grandes superfícies comerciais, de um processo uniforme de rotular a informação do teor de sal em produtos alimentares, utilizando um sistema de três cores: vermelho para produtos com teor excessivo de sal, amarelo para aqueles com teores moderados de sal e verde para os produtos com baixo teor de sal”.

Por fim, apelam à importância de “promover campanhas educativas dirigidas à redução do consumo excessivo de sal, tendo em conta os riscos associados, e que orientem uma escolha mais adequada dos alimentos ingeridos. Pretende-se ainda estabelecer estratégias educacionais prevenindo o consumo exagerado de sal (ajustadas à idade) dirigidas a toda a população desde a infância até à idade adulta, incluindo a terceira idade”.

A opinião é unânime no que respeita ao apoio que é necessário prestar às autoridades governamentais e parlamentares na elaboração de legislação e/ou de um programa sólido de redução do consumo de sal.