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Saber receber é saber reter, por Petra Marques (Page Personnel Retail)

Por a 18 de Novembro de 2015 as 17:27

petra_MPRPor Petra Marques, Consultora Sénior Page Personnel Retail

Cuidar a integração do novo colaborador é cada vez mais um tema que deve merecer a nossa maior atenção. Torna-se fundamental trabalhar a retenção de profissionais nos primeiros meses de colaboração, sendo como sabemos um dos períodos mais críticos num novo desafio profissional.

Este tema poderá ser abordado de diferentes formas, no entanto não poderemos descurar o facto do processo de seleção ter uma influência direta na integração do novo colaborador, desde o primeiro contacto, muitas vezes iniciado com a resposta a um anúncio, e posteriormente com as entrevistas e conversas com diferentes interlocutores internos ou externos à organização.

É neste momento que o colaborador, ainda candidato, inicia o seu processo de conceptualização e desenvolvimento de expectativas e imagens acerca do projeto e da própria organização, que vão influenciar o seu comportamento e atitude não só no decorrer do processo de seleção, como posteriormente, já em funções. Para que possamos representar a empresa e passar a informação mais ajustada possível ao que se pretende transmitir, a comunicação, bem como as expectativas em relação ao que é esperado do indivíduo, devem ser claras e bem transmitidas. Estes são aspetos decisivos para o sucesso não só do recrutamento, mas também da integração do novo colaborador na organização e respetivo projeto.

O processo de acolhimento, procedente do recrutamento e seleção de um colaborador, é o meio usado para que a integração deste seja o mais fluente possível, com o intuito de ficar a conhecer melhor a sua estrutura, os restantes colaboradores, valores organizacionais, procedimentos internos e ainda aspetos relativos à própria atividade profissional.

Reconhece-se que o sucesso da integração depende em grande parte da qualidade das interações sociais que o novo colaborador estabelece com os restantes membros organizacionais, bem como da qualidade dos suportes e instrumentos utilizados. Assim, tendo em conta que a pessoa tem valores, expectativas e motivações torna-se necessário que se utilizem as ferramentas necessárias para estabelecer esse equilíbrio social e que se prepare os primeiros dias / semanas do novo colaborador.

Há muitas empresas que utilizam a figura de “Tutor” para garantir o sucesso desta primeira interação entre a Organização e o novo Colaborador. O Tutor pode ser um Chefe, no entanto é mais comum ser um Par, com alguma senioridade de empresa. Assim, valorizamos o Tutor ao conceder-lhe essa responsabilidade e oferecemos ao novo colaborador a oportunidade de aprender, sem ter medo de errar, com um colega mais experiente. No sentido de tornar este momento formalmente mais importante, torna-se útil elaborar um plano de acolhimento, que pode passar por um cronograma, que deve ser definido para cada colaborador ou para um conjunto de colaboradores, com as tarefas, objetivos e periodicidade. Neste plano deverão também estar contemplados momentos de feedback formais entre tutor, chefia e novo colaborador.

O objetivo principal deste processo passa por garantir que cada novo colaborador recrutado e selecionado se torne o mais produtivo no mais curto espaço de tempo e que a auto-perceção esteja alinhada e aliada com a hetero-perceção no final do período de adaptação. Conseguir reter Recursos Humanos é um dos objetivos mais relevantes da Gestão de Recursos Humanos e, neste sentido, para além de recrutar o recurso certo para a necessidade certa, há que existir um investimento, um acompanhamento e um desenvolvimento nos colaboradores, através de uma formação continua, bem como com conversas de feedback periódicas e dar oportunidades internamente.

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