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Silly Season, por Sérgio Leote (Michael Page Retail)

Por a 20 de Agosto de 2015 as 11:51
Sérgio Leote, Consultor Sénior Michael Page Retail

Sérgio Leote, Consultor Sénior Michael Page Retail

Por Sérgio Leote, Consultor Sénior Michael Page Retail

Lisboa, 3 de Agosto de 2015

À entrada da tão afamada “Silly Season” creio que fará todo o sentido fazer um balanço do que foi esta primeira metade do ano. Ainda que possa soar como algo redundante, o sector do retalho acabou por estar igual a si próprio, registando um dinamismo francamente interessante. Concretizando um pouco mais, o primeiro semestre acabou se caracterizar de uma forma geral por ser bastante positivo. Foram várias as insígnias de retalho que registaram crescimentos assinaláveis nos seus volumes de negócios, o que acabou por acompanhar o aumento de confiança dos consumidores portugueses. É igualmente digno de registo, o comportamento positivo e consequente crescimento que as operações das insígnias de retalho portuguesas registaram fora de portas, podendo mesmo sublinhar-se os avultados investimentos que foram feitos para alavancagem destas operações. Face à dimensão do nosso mercado, esta aposta na internacionalização das insígnias de retalho portuguesas é assumida como estratégica.

 

Novas aberturas em Portugal

Também, por cá, se sente que os planos de expansão das várias insígnias de retalho voltaram a estar na ordem do dia e repetem-se as notícias de aberturas de novas lojas, com impacto directo na área do recrutamento e reforço das respectivas equipas, que também seguiu esta toada positiva. Igualmente assinalável é a aposta que as várias insígnias de retalho têm vindo a fazer na renovação do seu parque de lojas e melhoria da chamada experiência de compra, registando-se aqui algumas das “best pratices” adoptadas recentemente noutras latitudes e por insígnias de nomeada. A aposta na diversificação dos canais de compra e também em serviços complementares é também uma tendência. Deve ainda destacar-se o comportamento que as ditas marcas de fornecedor e distribuidor tiveram, com as primeiras as registarem um comportamento positivo em detrimento das segundas que vêm tendo um comportamento menos interessante, com uma clara redução ao nível da profundidade de gama.

 

E a seguir às eleições?

Não querendo arriscar fazer futurologia, creio que é relativamente fácil de aceitar que a expectativa do que poderá resultar das próximas eleições, poderá de alguma forma condicionar o comportamento do sector. Eleições legislativas tendem a causar apreensão no tecido empresarial e consequente entropia ou adormecimento no que à tomada de decisões diz respeito, face ao espectro político, a possibilidade de uma mudança de cor política no arco do governo, pode acentuar ainda mais este sentimento.

Obviamente, espero que o registo positivo que o sector registou no primeiro semestre se mantenha. Que as operações que as cadeias de retalho portuguesas têm fora de portas sejam cada vez mais importantes e que possam cada vez mais ser consideradas como referências no sector, também a nível internacional. Que os planos de expansão das várias cadeias de retalho em Portugal conheçam a luz do dia e que a renovação que o sector tem vindo a registar no nosso país, possa continuar a ser a tendência. Enfim, vamos esperar que este período em que quase todo o país vai a banhos, sirva para retemperar forças para os desafios que aí vêm.

*O autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico

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