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First mover disadvantage

Por a 14 de Dezembro de 2011 as 12:29

Inovação, empreendedorismo e tecnologia disruptiva são temas em voga nos dias de hoje. O que é excelente, porque é a verdadeira inovação que faz a economia crescer e desenvolver-se. É por isso que todos procuramos a próxima inovação disruptiva. O problema é quando a encontramos. Confuso? Ainda bem!

Grosso modo, existem dois grandes tipos de inovação, a incremental e a radical. A incremental é a mais comum, consiste em ir adicionando melhorias a um produto ou serviço já existente. A inovação radical existe quando se cria algo completamente novo ou se usa algo já existente de uma forma verdadeiramente diferente.

A inovação radical é aquela que mais compensa, quando conseguimos que ela vingue no mercado. Permite construir monopólios, praticar margens de lucro elevadas e criar barreiras à entrada. Quando conseguimos que ela vingue… O problema da inovação radical é que podemos ter um produto fantástico e não termos mercado. Porque o produto é tão diferente que não existe ainda ninguém a usar algo semelhante.

A inovação radical exige um esforço redobrado, não só ao nível do desenvolvimento do produto, mas também a nível de marketing, comunicação, comercial e business development. Requer educar o mercado, implica um elevado risco financeiro ao criar um produto numa categoria inexistente e obriga a lidar com a incerteza de mercados mais instáveis do que mercados tradicionais.

“First-mover disadvantage” é um conceito que aborda estrategicamente as desvantagens inerentes à inovação radical e ao facto de ser o primeiro a ocupar aquele mercado. Existem custos de infra-estruturas, de implementação de redes de distribuição e de educação do mercado para o novo produto, para a forma de o utilizar e para os seus benefícios. Além dos custos de I&D necessários à inovação radical. “Second-mover advantage” defende que ser o primeiro a chegar ao mercado não é suficiente para se ter sucesso, existindo mesmo vantagens associadas em ser o segundo.

Então, o que fazer? Devemos aguardar por um first-mover, capitalizar o trabalho efectuado e entrar nesse mercado? É tentador! Baixos riscos, baixos custos e um potencial de retorno enorme. Mas não existe uma resposta correcta a esta questão. Qualquer uma das opções pode ser tomada e revelar-se uma decisão acertada ou errada, existem demasiadas condicionantes a afectar o resultado final. No entanto, há um aspecto que não pode ser descurado, em qualquer situação: a inovação é uma atitude e o empreendorismo uma forma de estar. Um first-mover que falhe irá continuar a tentar, com outros produtos, com outros mercados, em outras ocasiões. E eventualmente verá os seus esforços recompensados. Um second-mover pode ter sucesso uma vez, mas não tem a atitude e o espírito de um empreendedor. E sem esse espírito está à mercê de novos first-movers que entrem nesse mercado com uma inovação radical e alterem novamente as regras do jogo.

Pedro Fernandes, Marketing Manager da Edigma

 

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