FMCG Homepage Newsletter Vinhos

Sector admite luta musculada se taxa intermédia do IVA for eliminada

Por a 23 de Setembro de 2011 as 14:52

O presidente da associação empresarial das bebidas espirituosas afirmou hoje à Agência Lusa que o sector pode enveredar por uma “luta mais musculada”, se os impostos subirem com o fim da taxa intermédia do IVA.

 

“O sector do vinho já esteve unido, quando o ministro da Administração Interna no Governo Guterres anunciou determinadas medidas na taxa de alcoolemia. Foi talvez o último momento em que o sector esteve unido e esta é uma questão que penso que nos unirá [outra vez], porque é estrutural”, disse o dirigente da Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANVECE), Paulo Amorim, à Agência Lusa.

A possibilidade da eliminação da taxa intermédia do imposto sobre o valor acrescentado (IVA), à qual o vinho está sujeito, tem vindo a ser levantada, com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a afirmar em entrevista à RTP na terça-feira que essa é uma “possibilidade”.

“Creio que teremos, caso sejamos forçados a uma luta mais musculada, a solidariedade da população portuguesa, que são os consumidores, que somos todos no fundo”, disse Paulo Amorim, salientando que, neste momento, se está a dialogar, “mas se chegar a um momento em que a medida comece de facto a parecer que é irreversível, com certeza que o sector se unirá para tomar medidas mais fortes”.

Por esse mesmo motivo, a ANCEVE enviou uma carta à ministra da Agricultura (que o Hipersuper divulgou em primeira mão), procurando sensibilizar o Governo para a situação do sector, caso o vinho adopte a taxa normal do IVA, o que pode ser um “desastre”, considerando Paulo Amorim que a tutela está “a brincar com o fogo”.

“Estamos a tentar antecipadamente chamar a atenção a quem de direito para as consequências gravíssimas que isso pode ter e, se a medida for tomada pelo Estado, vai ser um efeito de cascata em várias indústrias, aliado ao facto de a banca ter fechado a torneira do crédito”, acrescentou o dirigente da associação.

Numa altura em que as vindimas decorrem e quando muitas das uvas recolhidas “vão ser pagas aos agricultores abaixo do preço de custo”, a carta aberta alertava, ainda, para o incentivo da fuga ao fisco com o aumento do IVA.

LUSA

Deixe aqui o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *