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Recheio aposta no “Amanhecer”

Por a 27 de Janeiro de 2011 as 14:46

O Recheio, operação grossista do grupo Jerónimo Martins (JM), vai apoiar as lojas de comércio tradicional através do seu projecto “Amanhecer”, com a abertura das primeiras unidades a acontecer no próximo dia 3 de Fevereiro em Viana do Castelo e na Baixa de Lisboa.

Trata-se de um acordo de cooperação comercial entre o Recheio e os proprietários de lojas alimentares de pequena e média dimensão e que se encontrava em desenvolvimento há um ano.

Este projecto, que não é franchising, assenta na reconversão e adaptação da loja de comércio tradicional ao layout e naming “Amanhecer”, bem como à oferta da marca própria “Amanhecer” nas lojas dos futuros parceiros da Recheio, insígnia que conta com cerca de 40.000 clientes no comércio tradicional. Na conferência de imprensa que marcou oficialmente o lançamento deste projecto, David Lopes, director-geral do Recheio, salientou a vasta gama de produtos alimentares de marca própria que os comerciantes poderão passar a oferecer aos seus clientes, revelando que, neste momento, esse número está nos 130 produtos, esperando o responsável que dentro de um a dois anos aumente para 250.

De resto, David Lopes admitiu no encontro com os jornalistas que “o comércio tradicional e os valores que lhe estão associados têm espaço para renascer”, referindo que este é o “nosso contributo para manter viva a tradição do comércio alimentar de proximidade e, por essa via, fidelizar e aumentar a nossa base de clientes, por um lado, e aprofundar as relações comerciais já existentes, por outro”, deixando o desejo de terminar o presente exercício de 2011 com 20 a 25 lojas “Amanhecer”.

Destacando a forte aposta que o Recheio fará na marca própria “Amanhecer”, o director-geral evidenciou também o papel que os Frescos irão desempenhar na oferta disponibilizada pela insígnia de cash&carry do universo da Jerónimo Martins, revelando, igualmente, que será a Recheio o responsável por toda a operação logística inerente ao negócio do comerciante.

Engane-se, contudo, quem pense que as lojas “Amanhecer” serão um local de venda exclusivo da marca própria do Recheio, admitindo, no entanto, David Lopes que “queremos, naturalmente, que a maioria dos produtos à vendas nessas lojas seja da nossa marca”. Caso isso não se verifique, o responsável do Recheio aceita dois cenários: “ou são produtos que não temos”, especificando que a marca “Amanhecer” é de produtos alimentares, excepção feita aos guardanapos, papel higiénico e pouco mais, “ou não estamos a fazer o nosso trabalho de casa, o que significa que não estamos a proporcionar ao comerciante os melhores preços e, por isso, ele recorre a outras soluções”.

Para evitar isso, David Lopes salientou a aposta que o grupo, no seu todo e não só o Recheio, faz na qualidade dos produtos, “sendo o único operador em Portugal com processo de certificação de marca própria”, salientando mesmo que “no dia em que não garantirmos a qualidade dos produtos, destruímos o projecto”.

Assumindo que terá de existir um investimento por parte dos interessados, os responsáveis do Recheio salientam as sinergias – como, por exemplo, o concurso a fundos comunitários, negociação nos custos com utilities, publicidade comunicação, entre outros – que advêm desta parceria, destacando David Lopes que “a logística é mesmo a maior sinergia que poderemos oferecer”.

De resto, o director-geral do Recheio deixou escapar o investimento que a Jerónimo Martins está a efectuar no maior centro logístico do País, localizado no Poceirão, e que deverá ficar pronto em meados de 2012.

Quanto à questão da marca própria e da sua proveniência, David Lopes foi claro: “importamos muita coisa pela simples razão de não haver ninguém a produzir em Portugal”. E comentou: “não nos podemos esquecer quem produz as marcas próprias. Não são os distribuidores”, salientando, contudo, que cerca de 70% dos produtos de marca própria “Amanhecer” é produzida em Portugal.

No que diz respeito à possibilidade deste projecto poder vir a fazer concorrência aos supermercados Pingo Doce, David Lopes disse que “o perfil de consumidor é diferente. Enquanto o consumidor do Pingo Doce é um cliente de uma ou duas compras por semana, nas lojas ‘Amanhecer’ estamos a falar em visitas diárias”.

Destacando ainda o facto do Recheio ser a insígnia grossista que maior crescimento registou, o director-geral da insígnia deixou claro que o sucesso deste projecto “não será medido em número de lojas a abrir até ao final do ano”, o responsável admitiu que “deverá haver uma maior procura para adesão fora dos grandes centros de Lisboa e Porto, apesar de pensar que é este tipo de loja que faz sentido nas grandes cidades”.

Levantado foi, também, o véu relativamente a uma nova marca para a Hotelaria “visível a todos”, ou seja, ao contrário da MasteChef, marca mais técnica, a nova “gourmets” será “para cima da mesa”.

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