Outras Opiniões

Carreira e Trabalho Temporário: Uma relação de futuro

Por a 16 de Fevereiro de 2007 as 17:15

rita silva

Actualmente temos vindo a assistir à emergência de uma nova definição de carreira profissional: ao que inicialmente definíamos como evolução profissional ou conjunto de progressões dentro da organização que ocorre ao longo do tempo, hoje acrescentamos o contributo de experiência profissional. Se, por um lado, os factores externos que influenciam a eficácia das organizações estão em constante mudança, por outro, sabemos que o colaborador procura cada vez mais adquirir experiência e conhecimento diferenciado.

É deste modo que o conceito de carreira perde um pouco o seu significado uma vez que não se pode falar em longos prazos (nomeadamente, dez anos para chegar ao topo dentro da organização) o colaborador cada vez mais procura não tanto a estabilidade e segurança em contexto de trabalho, mas uma verdadeira evolução de carreira em termos de conhecimentos, o que naturalmente implica diferentes ambientes de trabalho.

De facto, o colaborador procura fidelizar-se não à organização, mas à própria carreira, às condições de trabalho e opções individuais – o que implica por vezes, um investimento de risco por parte das organizações, já que a organização ao recrutar um profissional e ao lhe proporcionar experiências, formação, está de certo modo a dar-lhe uma rampa de lançamento de saída. Contudo, o colaborador não deve apostar na quantidade em si só, mas na qualidade de experiência laboral, devendo também as organizações apostar em colaboradores cuja experiência dite que o tempo dispendido em outras empresas tenha sido deveras bem empregue.

É com base nesta nova definição que as Empresas de Trabalho Temporário (ETT) podem proporcionar uma resposta adequada às necessidades das organizações e às necessidades dos colaboradores. Observa-se um crescente recurso aos serviços das ETT por parte de jovens desempregados e pessoas com mais idade que procuram apostar na carreira, tal como a entendemos agora. Contudo, esta nova perspectiva acarreta consequências inevitáveis para as organizações. A rotatividade é um exemplo que deve ser encarado como um desafio por parte das ETT e corrigido através da criação de mecanismos ou programas de fidelização que devem ser aplicados num espaço curto de tempo de forma a não trazer desvantagens para ambas as partes. Deste modo, cabe às ETT proporcionar desde logo uma boa integração e o acompanhamento dos seus colaboradores, fomentando uma relação de proximidade, ajuda e aconselhamento, bem como gerar motivação e satisfação dos colaboradores.

Rita Silva, Responsável de Selecção da Allbecon Portugal