Distribuição

Portugueses gastam mais

Por a 11 de Maio de 2006 as 18:14

Portugueses

As famílias portuguesas gastaram em média mais 14 euros por mês nas compras de bens de consumo corrente para o lar na Grande Distribuição. Verifica-se que o gasto médio por compra caiu, mas esta tendência deve-se ao aumento do número de vezes que os portugueses foram às compras explicado pela crescente importância das lojas de proximidade.

A Grande Distribuição registou o maior aumento em termos de despesa mensal das famílias portuguesa em bens de consumo corrente para o lar. Os gastos com estes bens aumentaram, em média, 14 euros por mês na Distribuição Moderna no último trimestre de 2005 face ao período homólogo de 2004, segundo o estudo Marktest Retail Index, levado a cabo mensalmente junto de um painel de 3.000 famílias do Continente. A Marktest inclui no mercado de grande consumo as insígnias Carrefour, Dia/Minipreço, Pingo Doce, Feira Nova, Modelo, Continente, Lidl, Mosqueteiros e Grupo Auchan.

O gasto médio por compra caiu três euros no período em análise. Com efeito, pode concluir-se que o número de vezes que as famílias portuguesas efectuaram compras aumentou nos meses analisados graças à crescente importância das lojas de proximidade, já que se verificou uma despesa mensal mais elevada e um menor gasto médio por compra.

Por sua vez, nos talhos, peixarias e padarias as famílias portuguesas gastaram em média mais 7,15 euros, nas cooperativas e nos cash & carry despenderam mais 5,30 euros e nos outros Livres Serviços mais 1,75 euros (ver gráfico). Por último, o estudo analisa as mercearias tradicionais, lojas onde os lares portugueses gastaram menos 51 cêntimos.

Apesar da importância crescente das lojas de proximidade, o valor médio por compra caiu em todas os formatos de loja que operam no mercado de Grande Consumo. Inclusivamente, a maior descida na despesa verifica-se nos hipermercados: em média, as famílias portuguesas gastaram menos 8,4 euros por cada compra realizada, o que representa uma variação negativa de 15,5% no último trimestre de 2005 face ao período homólogo.

Por outro lado, as lojas de discount foram as que registaram menor descida nos gastos com bens de consumo corrente para o lar. Em média, os lares nacionais despenderam menos 70 cêntimos neste formato, o que corresponde a uma variação negativa de 3,9% no último trimestre de 2005 face a igual período do ano passado. No que diz respeito aos supermercados, estes verificaram uma variação negativa de 9,9% neste índice durante período analisado pela Marktest.

Classes mais altas escolhem hipers

Tendo em conta a despesa realizada em bens de consumo corrente pelas diferentes classes sociais, ainda de acordo com os resultados do Marktest Retail Index, 40,5% do valor gasto pela classe social alta e média alta é dispendido nos hipermercados. No universo que compõe a classe alta, 35,7% compra nos supermercados, 12,9% nas lojas discount e 2,6 por cento nas mercearias, sendo que o orçamento dos restantes 8,3% é absorvido pelos outros estabelecimentos.

Quanto às classes média e baixa, estas despendem a maior fatia do orçamento familiar das compras para o lar nos supermercados (37,8%). Deste universo 31,6% preferem os hipermercados, 16,4% as lojas de discount e 3,1% compram nas mercearias. No conjunto dos gastos realizados pelas famílias de classes média baixa e baixa, 39,7% da despesa foi realizada nos supermercados e 20,7% em hipermercados.

De registar que são também as famílias que pertencem a esta classe que despendem uma fatia mais elevada do orçamento para as compras do lar em lojas de discount, mercearias e outros tipos de estabelecimento, respectivamente, 18,5%, 7,2% e 13,9 pontos percentuais. «O formato supermercado, entre as unidades comerciais apresentadas nesta análise, absorveu mais de 35% do orçamento das famílias no ano passado, independentemente da classe social em análise», conclui o estudo.