Distribuição

Sonae vende activos no Brasil à Wal-Mart

Por a 14 de Dezembro de 2005 as 18:39

A Wal-Mart, cadeia de distribuição norte-americana, comprou a totalidade da participação da Sonae Distribuição Brasil. O negócio envolveu 635 milhões de euros e foi hoje anunciado à Comissão do Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) hoje pelo grupo português. O valor do negócio está muito próximo dos rumores da segunda oferta da Wal-Mart, que apontava para 640 milhões de euros, depois de uma primeira estimativa na ordem dos 800 milhões de euros. De referir, ainda assim, que valor do negócio supera o rácio calculado com base na facturação geralmente aplicado no mercado brasileiro.

A decisão da alienação das 140 lojas Modelo Continente no Brasil foi tomada tendo em consideração «a dificuldade da operação apresentar níveis de rentabilidade superiores ao elevado custo do capital investido naquele mercado», explica a empresa no comunicado enviado à CMVM. Mas também graças «às elevadas taxas de juro verificadas ao longo dos últimos anos que colocaram o custo do capital em patamares extremamente elevados».

O grupo Sonae prevê «que esta transacção impacte os resultados da Sonae SGPS em cerca de 60 milhões de euros». Curiosamente, confirmação do acordo surge um dia depois do director geral do Carrefour, Jean-Marc Pueyo, anunciar interesse pela compra das unidades de retalho Sonae no Sul do Brasil, isto depois de durante 2004 já terem adquirido dez hipermercados aos portugueses.

«A descontinuidade da actividade da distribuição no Brasil é independente e não tem qualquer impacto nos restantes negócios do grupo neste mercado, nomeadamente nos sectores dos centros comerciais e dos painéis derivados de madeira, que continuarão a seguir as suas estratégias de desenvolvimento», esclarece o grupo.

Com o fecho deste negócio, a cadeia norte-americana aumenta para 295 o parque de lojas espalhado por 17 dos 26 estados brasileiros, totalizando 370 milhares de metros quadrados de área de venda. A aquisição proporciona à Wal-Mart o terceiro lugar no mercado retalhista brasileiro, aproximando-se assim do grupo francês Carrefour. Este ano a cadeia norte-americana já tinha adquirido 118 lojas Bompreço ao grupo Ahold, naquele país. Confirma-se, portanto, acrescento de expansão fora de portas dos líderes do retalho a nível mundial.