Distribuição

Brasil impulsiona Modelo Continente

Por a 7 de Outubro de 2005 as 15:12

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A apresentação dos resultados do 1.º semestre de 2005 da Modelo Continente vieram revelar um aumento das vendas brutas e um crescimento dos resultados líquidos. Para este comportamento contribuíram as boas prestações da operação em Portugal e, sobretudo, a actividade no mercado brasileiro, com uma evolução de 32%.

A Modelo Continente SGPS terminou o 1.º semestre do exercício de 2005 com um volume de vendas brutas consolidado de 2.088 milhões de euros, correspondendo a um aumento de 13 por cento face a período homólogo de 2004, passando de 1.856 para 2.088 milhões de euros. Para estes resultados positivos contribuíram a operação em Portugal, com um crescimento de quatro pontos, isto é, um crescimento de 58 milhões de euros face a igual período em 2004, fixando-se o valor atingido nos 1.368 milhões de euros. Maior subida registou a actividade da Modelo Continente no mercado brasileiro que, em moeda local, cresceu 19 por cento, equivalendo estes resultados em euros a uma variação de 32 por cento, beneficiando da apreciação da cotação média do Real de nove pontos face à moeda europeia. Com um parque de lojas de 464 unidades, mais 20 que no 1.º semestre de 2004, apresentando o nosso país 304 lojas (+25) e o Brasil 160 (-5), o cash-flow operacional consolidado totalizou 128 milhões de euros, montante superior em 16 milhões de euros ao verificado nos primeiros seis meses de 2004, uma evolução de 14 por cento. O actual parque de lojas do grupo totaliza nesta altura 831 mil metros quadrados de área de venda, com a expansão da empresa nos primeiros seis meses do ano a concretizar um acréscimo de 27 mil metros quadrados de área, correspondente à abertura de 21 novas unidades no universo de retalho não alimentar (especializado) e duas lojas de retalho alimentar. Em comunicado, a Modelo Continente refere que o resultado consolidado líquido do exercício atinge os 43 milhões de euros, isto é, 35 por cento acima do alcançado em período homólogo, salientando que na «na análise desta evolução dever-se-á ter em consideração que, em ambos os períodos, foram incluídos resultados não recorrentes positivos de 29 milhões de euros em 2005 e de 15 milhões de euros em 2004». Além do contributo não recorrente, este valor beneficia de uma redução dos encargos financeiros de cinco milhões de euros, justificado pela redução do custo da dívida da empresa e pela manutenção da tendência de diminuição do endividamento financeiro líquido, cifrando-se esse valor, em Junho de 2005, em 731 milhões de euros.

Portugal vs Brasil

Com o primeiro semestre de 2005 a caracterizar-se por um comportamento modesto da actividade económica e pelo impacto de um conjunto de medidas de política orçamental restritiva, incluídas no Programa de Estabilidade e Crescimento, e numa altura em que o Banco de Portugal reviu em baixa as previsões de crescimento para o biénio de 2005/2006, o universo do retalho em Portugal manteve uma tendência de aumento da pressão concorrencial. Os principais operadores do mercado revelaram uma evolução do volume de vendas abaixo dos quatro por cento no primeiro semestre de 2005, constituindo esta situação um facto relevante, tendo em conta que o número de metros quadrados de área de venda disponível cresceu acima do referido montante. Apresentando um volume de vendas brutas de 1.368 milhões de euros, cerca de 1.052 milhões correspondem ao conjunto de lojas do universo alimentar, representando um crescimento de três por cento face ao mesmo período de 2004. As cadeias de retalho especializado viram o seu comportamento sair reforçado, com o respectivo volume de vendas brutas a crescer 1 por cento para um total de 316 milhões de euros.

Do outro lado do Atlântico, a economia apresentou um crescimento inferior ao registado em 2004, contrastando com a evolução da procura externa em campo positivo, ao mesmo tempo que a apreciação da moeda brasileira ocorria sob influência da manutenção das taxas de juro muito elevadas. Ao longo do primeiro semestre, os indicadores de evolução do mercado de retalho brasileiro reflectiram uma evolução inferior à verificada no ano anterior. No meio deste cenário, as vendas brutas da Modelo Continente totalizaram 2.354 milhões de Reais, correspondendo a uma evolução de 10 por cento em moeda local, posicionando a insígnia portuguesa claramente acima da média do mercado e dos principais concorrentes. Reconvertendo este valor em moeda europeia, o volume de vendas totalizou 720 milhões de euros, crescendo 32 por cento. De referir ainda que o cash-flow operacional ascendeu a 47 milhões de euros, correspondendo a mais 23 milhões de euros que em igual período do exercício transacto, ficando este acréscimo a dever-se sobretudo à alienação das dez lojas que a empresa operava na zona de São Paulo. Quanto às perspectivas para o restante ano de 2005, o comunicado da Modelo Continente revela que, em Portugal, «o desenvolvimento da empresa passará pela concretização da carteira de projectos de expansão que viabiliza o plano estratégico de crescimento e pelo prosseguimento de uma atitude de forte inovação e optimização dos processos internos que sustentem a crescente focalização no cliente». Ao abrigo da nova lei, a Modelo Continente prevê para 2005 a abertura de mais um hipermercado (LoureShopping) e de mais quatro centros comerciais Modelo entre outras unidades de retalho especializado, «continuando o processo de selecção e licenciamento de novas localizações e impulsionando o reforço do aparelho comercial».

No Brasil, após uma fase de forte investimento inicial para a obtenção de massa crítica e da fase posterior de «aprofundamento do conhecimento de mercado, experiência operativa e de afinação de conceitos», a Modelo Continente «manterá uma perspectiva realista sobre onde é justificado reforçar, manter ou diminuir a presente alocação de capital empregue por cluster de activos», assinalou a empresa em comunicado.