Distribuição

Carrefour substitui Sonae

Por a 9 de Setembro de 2005 as 17:56

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O grupo francês Carrefour acaba de assumir, desde o início do mês, a gestão dos hipermercados Big localizados no estado de São Paulo (Brasil), antes explorados pela Sonae. O negócio envolveu 105 milhões de euros e faz transitar dez pontos de venda para o segundo player deste mercado, mantendo a Sonae a quarta posição, atrás do Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart, respectivamente. Entretanto, e porque ficou decidido que o processo de alienação não envolveria produtos, a Sonae lançou uma campanha agressiva para venda do seu stock, colocando o sortido a preços cerca de 50% mais baixos. A venda destas unidades não compromete a operação da Sonae no Brasil, uma vez que mantém um parque de lojas com 161 pontos de venda e prepara-se para investir 50 milhões de euros durante o próximo exercício. O crescimento previsto no país, todavia, será mais lento do que inicialmente planeado. Ainda assim, os resultados do primeiro trimestre revelaram um acréscimo de 32% face ao período homólogo de 2004, depois de as vendas brutas terem ascendido a 350 milhões de euros.

Estes índices vêm de encontro ao desempenho dos portugueses durante 2004, depois de uma evolução de 16 pontos percentuais em moeda local e uma facturação de 1,2 mil milhões de euros, montante que, convertendo para euros, representa um acréscimo de 11%. O mercado, recorde-se, cresceu nove pontos percentuais, o que coloca a Sonae em ritmos superiores à média.

Quanto ao Carrefour, após a aquisição passará a facturar 12,6 mil milhões de reais, contra os 12,1 mil milhões registados antes do negócio. O grupo consolida desta forma a segunda posição no Brasil, apenas atrás do Pão de Açúcar, que apresenta resultados anuais na ordem dos 14,9 mil milhões de reais. A Sonae, segundo as estimativas, poderá apresentar resultados a rondar os 3,8 mil milhões de reais, tendo alargado a distância face ao terceiro operador, o líder mundial de vendas Wal-Mart, que no Brasil assume negócios que valem 6,1 mil milhões de euros.

O mercado brasileiro tem sido palco para algumas dificuldades dos grupos nacionais, particularmente o Jerónimo Martins, que acabou por alienar todos os seus activos no país, após implementação de um plano estratégico mais centrado na rendibilidade das operações. A Sonae tem vindo a prosseguir uma estratégia localizada por estados, conseguindo um desempenho francamente animador, ainda que reconheça as condicionantes para um crescimento mais acelerado.